Olhando demoradamente para
o mar e comparando as ondas com os dias, notei que um dia não respeita o outro,
não se compara com os outros, não pede permissão para chegar. Tal qual as ondas
do mar, o dia faz seu barulho e sua espuma própria, o dia pode chegar intenso
ou em mansas marolas de rotina e, como chega, ele se vai. Notei também que o
dia tem sua quota de tempo para cumprir a função das possibilidades escolhidas
ou para preencher o espaço designado à sua insignificante busca por
significância. As ondas conversam com o chão de areia e a revolvem com ternura
ou impulsividade. Os dias conversam com a vida incessantemente, avisando que o
tempo urge, o tempo urge. Olhando demoradamente para os dias, notei que é mais
fácil perdê-los do que abraçá-los com a força do mar.
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