Entre a mão com colher e a
boca faminta, sempre há espaço para a comida cair. Em todo movimento existe
também a possibilidade da interrupção, da distração, do erro de cálculo, da
pressa desajeitada, do acidente por imprudência, da falta de experiência, da
escolha imprópria, do medo de tentar novamente, da ausência de conhecimento
específico, da falta de conexão e harmonia, do desinteresse pessoal ou do
cansaço.
A vida é este espaço entre
a colher cheia de possibilidades e a boca vazia querendo ser preenchida, sem
perceber que a boca continua cheia de carências. Como duas coisas não podem
ocupar o mesmo lugar no espaço, a carência rouba a atenção e induz ao erro, o
que indica que a falta de atenção no momento presente nos remete
automaticamente para o passado ou para o futuro. Pela concentração, a gente
supera os erros e avança nos movimentos.
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