Eu sou o
cartão de Natal que não se usa mais. Eu sou o Papai Noel sexy dos shoppings
centers. Eu sou o consumismo exacerbado. Eu sou a troca de presentes entre amigos
ocultos que nunca foram amigos. Eu sou a morte da inocência. Eu sou a
manjedoura dourada e cravejada de agrados. Eu sou o esquecimento total do
aniversariante. Eu sou a bebedeira e a comilança da desigualdade social. Eu sou
a data desculpa. Eu sou a estrela guia dos reis magos que nunca foram reis. Eu
sou o marketing agressivo de descontos falsos. Eu sou o grito dos excluídos. Eu
sou a cartinha do Papai Noel pedindo uma cesta básica. Eu sou a correria de
última hora para lembrar dos esquecidos que lembraram de mim. Eu sou a mensagem
de Natal que ninguém quer ler se for escrita.
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