Existe em nós um impulso
para dar sempre uma resposta ao sofrimento dos outros, comprometidos estamos em
entender ou explicar o próprio sofrimento. Somos levados por conceitos e
sentimentos de compaixão, justamente porque acreditamos poder sentir o que o
outro está sentindo, na mesma dimensão ou intensidade. Somos levados por
conceitos e gestos de solidariedade, justamente por esperar o mesmo
comportamento dos outros quando a gente sofre. Somos levados por conceitos de
afastamento do sofrimento, justamente porque acreditamos que o tempo cura as
feridas. No final das contas, nossas tentativas se tornam um exercício de
acolhimento, mesmo sem ter as palavras certas naquele momento de dor alheia.
Tanto o sofrimento real quanto o sofrimento mostrado nos filmes e novelas
estimulam nossa sensibilidade diante da vulnerabilidade humana.
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