sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

HUMANIVERSO



Eu não sou nada daquilo com que me identifico, pois algo ou o “me” já estava lá antes da identificação ocorrer. A identificação parece ser robusta o suficiente para negar o que vem antes. O Ser humano não se criou, mas se identifica com o corpo e com os próprios pensamentos, o suficiente para negar ou questionar o que vem antes de sua criação. O que mais nos confunde é a impossibilidade de decifrarmos com clareza o infinitamente pequeno e o infinitamente grande, por isso projetamos lá fora parte do que está cá dentro, na ânsia eterna de encontrar resposta para tudo. Na impossibilidade de equacionar com precisão o universo, retornamos limitados ao espaço de interpretação racional da nossa humanidade. Precisamos aprender a nos sentir mais confortáveis com a continuidade concêntrica ou elíptica dos acontecimentos. Precisamos aprender a fluir na eternidade que se esconde atrás do horizonte inalcançável. Precisamos voltar a ser onda e partícula conscientes.

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