segunda-feira, 11 de julho de 2016

OS OUTROS



Entre reis e plebeus, empregadores e empregados, ricos e pobres, gênios e imbecis, exploradores e explorados, permanece a realidade inegável da dualidade, como forma de expressão da diversidade existente em nossa espécie. Vemos o mundo da maneira mais míope possível, nós e os outros, nós contra os outros, nós sem os outros. Entre nós existem os que querem paz, mas também existem os que querem guerra, os que querem amor e os que querem violência, os que querem acumular riqueza material e os que abrem mão dela, os que pensam por si e os que se deixam dominar por pensamentos rígidos de outras pessoas. Nossa miopia faz parte da dualidade e a sustenta, quando nossos dois olhos – o da razão e o da emoção – olham simultaneamente para dois extremos do infinito. Como se pode notar, cada dualidade gera mais dualidades. Há muito mais para se ver do que os olhos físicos possam alcançar, mas somente acima ou fora da dualidade, no espaço onde não há o conceito de “outros”.

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