Certa vez eu estava
acampando nas cachoeiras da cidade mineira de Delfinópolis com alguns amigos
paulistas. Houve um momento em que voltei sozinho para a barraca para buscar
algo que tinha esquecido. Foi um susto estranho ver uma centena de formigas
saúvas literalmente comendo o plástico azul da barraca, juntamente com um
pacote de açúcar que um de nossos amigos havia deixado aberto. Fui tomado por
uma sensação raivosa, segui o caminho das formigas felizes e apressadas e,
quando encontrei a boca do formigueiro, joguei álcool e toquei fogo. Nunca
tinha cometido um ato tão cruel na minha vida, logo eu que me achava um jovem
consciente e amava a natureza; atitude da qual me envergonho e me arrependo até
hoje. Já perdi perdão ao Criador e, como punição, protegi formigas de alguns
sapatos desavisados, já alimentei um formigueiro com açúcar, mas não adiantou.
Crime de consciência não tem habeas corpus.
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