CONCEITOS

O conceito de tempo nos envolve a todos. Tem horas que temos tempo e nada fazemos. Tem horas que passam tão velozes que até nos descuidamos da conclusão ou nos esquecemos do que queríamos mesmo obter. O tempo foi criado junto com o conceito de justificativas. Digo isto porque as coisas vêm e vão a todo instante e todos nós sabemos que existe um fluxo de acontecimentos ao nosso redor; mesmo assim a gente tenta justificar tudo o que não foi possível manifestar em nossa teia de expectativas. O que foi feito deveria esquecer o conceito de quantidade também.

QUE ISSO?

Uma das maneiras de lidar com algo que deu errado é mudar o ângulo de entendimento dos fatos. Pode-se interpretá-lo com poesia, com psicologia, com filosofia ou até mesmo com espiritualidade. Pode-se interpretá-lo com bom humor, com ironia, com criatividade e até com infantilização. O importante é trocar a roupagem, fazer maquiagem no fato até que ele perca o poder de nos entristecer. É assim que se faz uma salada de minifastalete com molho agriazul de ciclos.

MUDANÇA DE TERRITÓRIO

Desistir da profissão por ter cometido um erro com os clientes ou pacientes, entregar-se a um processo depressivo de desistência da vida por não ter recebido amor, abandonar os próprios sonhos por colecionar fracassos, são alguns dos sintomas de que a pessoa não se sente mais confortável com a própria identidade, com o próprio corpo, na própria pele. Há uma vontade de parar aquela luta constante da autoimagem positiva diante do mundo. Ao mesmo tempo, falta energia e disposição para se reinventar.Falta consciência de que, sempre que algo não dá certo, é preciso se adequar a uma nova consciência de reintegração em novos grupos sociais.

O QUE NÃO QUEREMOS VER

O corpo humano, de seu aspecto biológico, oscila humores entre a luta e o repouso, entre as conquistas e a inércia. Por isso torna-se impossível permanecer positivo o tempo todo. Como a vida é rica de contextos que oferecem oportunidades, os positivistas afirmam que somos nós quem cria a nossa realidade. Eles se esquecem da violência que há no mundo, da regeneração da natureza, da força dos vírus e doenças, dos acidentes e influências externas.

Não exija otimismo total de sua parte. Sua única tarefa é ler a realidade e se deixar conduzir por ela com mais consciência.

PESTES

Achei interessante um comentário na internet sobre as pestes da natureza, suas consequências maléficas e trágicas, seu crescimento descontrolado, o rastro de morte e destruição que elas deixam, o desequilíbrio no meio ambiente causado por elas.

No final do artigo, sem parcimônia, o autor nos lembra de que a humanidade, com seus 7 bilhões de habitantes, acabou se tornando a grande peste da natureza, mesmo diferenciado dos outros animais com o exercício da razão que os ilude de serem o centro do universo e de toda a criação divina. Por isso chamamos de pestinhas as crianças endiabradas, desequilibradas, inconsequentes, instáveis, destruidoras, desobedientes e provocadoras; tal qual os adultos se comportam hoje no planeta.

O QUE FIZEMOS DE NÓS

Os humanos do mundo contemporâneo se tornaram uma farsa de si mesmos. Os programas de Reality TV mostram bem esta característica atual. As novas definições de constituições de família também. A guinada à esquerda contra o capital por grupos cada vez mais radicais escondem o fracasso de muitos que se sentiram excluídos. O reino do botox veio para expressar a perda de personalidade, a falta de aceitação de quem se é. A busca insaciável pela tecnologia da moda revela total submissão das pessoas pensantes ao universo binário. A reativação dos projetos espaciais denuncia certa frustração com os destinos do próprio planeta. A vida contemporânea virou um espetáculo de teatro sem plateia.

O QUE FIZERAM DE NÓS?

Massa de manobra é uma expressão muito comum sobre a capacidade inteligente ou poderosa de um grupo, no poder, influenciar a população inteira de um país feito um padeiro moldando a massa de um pão.

O Presidente da coreia do Norte comanda um exército de 500 mil soldados obedientes e medrosos, capazes de incendiarem o planeta com um simples aceno de seu líder. Jovens se drogam cada vez mais com a pílula da tecnologia insensível e com o comprimido cinza do consumismo viciante. Indústrias alteram a estrutura de plantas e dos alimentos que consumimos, apenas para obterem domínio exclusivo das sementes. Religiosos fanáticos do oriente degolam cristãos e sequestram meninas nas escolas para serem estupradas e depois colocadas à venda, incrementando os níveis de crueldade dignos da pré-história.

Ao saber que todos estes seres manipuladores e criminosos um dia foram crianças inocentes correndo pelas calçadas, perguntamos à humanidade inteira: O que fizeram de nós?

ESTABILIDADE

Existe uma relação silenciosa entre estabilidade e segurança. Todo cidadão deseja se dar bem na vida e, quando consegue, deseja manter controle sobre os bens adquiridos para perpetua-los até o fim de sua vida. Padrões diferentes são criados para expressar este novo nível de qualidade de vida. Pouco a pouco a estabilidade toma o centro das atenções e intenções do cidadão. O que ele não percebe com clareza é que a estabilidade dele tem que vir com a estabilidade social, do contrário ela afetará o nível moral de suas atitudes e entrará em choque com a moralidade social. Quando a sociedade se corrompe e se degrada moralmente, toda a estabilidade social é comprometida.

NOSSA CONTRIBUIÇÃO

Somos todos incomodados pela incerteza das coisas. A gente corre dela, a gente inventa que sabe só para não aceitar a incerteza. Ela nos remete aos nossos medos mais escondidos. Como a gente é capaz de fazer qualquer coisa para não vê-la, a gente começa a colocar culpa nas pessoas, porque assim agindo a gente pensa que não precisa mais se preocupar com as incertezas da vida. Por isso se diz que o medo está por trás da culpa. Nesse jogo de empurra-empurra de responsabilidades, a gente acaba alimentando a violência no mundo.

SILÊNCIO TENSO

Quando surge um silêncio tenso no meio de uma conversa, ou de alguma forma de altercação, alguém está escondendo o que está prestes a ser revelado. Alguém falou o que não devia ou o que não deveria ter trazido à tona, incomodando os presentes. Alguém se arriscou a expressar claramente uma verdade inconveniente, protegida pela cumplicidade de duas ou mais pessoas.

Há um freio na razão, um sinal de alerta, uma busca veloz por aliados ou por justificativas amarelas de “socorro alguém me ajude e acredite em mim”. A qualquer momento o monstro da animosidade pode despertar com o barulho do silêncio tenso na sala.

MÁQUINA DE ILUSÕES

Uma bomba em Hiroshima mudou a história, acabando com uma guerra mundial. Uma bomba no Rio Centro mudou o curso de uma ditadura militar no Brasil. Uma bomba nas Torres Gêmeas abalou o imperialismo arrogante e mudou a maturidade americana.

Infelizmente, uma bomba, com suas devidas proporções, fala mais alto do que as diferenças políticas e econômicas, entregando a sua mensagem com bastante estardalhaço, criado pela volta à realidade das forças ocultas. Nem tudo o que se passa é compartilhado. Nem todos que decidem possuem cargos. Nem tudo o que é mal é apresentado como tal. O poder é uma máquina de ilusões.

RUMO ESTRANHO

Pena não termos uma bola de cristal. A gente se distrai tanto com os desafios do cotidiano que até perde a noção de tempo ou a intimidade com a lógica das consequências. A gente nem vê o futuro incerto se descortinando e revelando uma realidade inesperada. A gente nem imagina a profundidade do impacto causado quando somos abraçados pelo urso da surpresa. Tudo tomou aquele rumo estranho por causa de uma simples decisão. É que às vezes nos esquecemos da importância de todos os nossos atos. Sem excessão.

DOIS TIPOS DE SONHOS

Os sonhos mais elevados de seu coração pertencem ao reino da fantasia, possuem asas de um azul celeste, sussurram sons de outras esferas, cavalgam sobre caracóis alados e se banham em cachoeiras douradas. Os sonhos mais necessários ao seu coração não são os sonhos da realidade. Dinheiro, relacionamentos, empregos, diplomas, são metas da realidade, mas a vida não pode estar resumida apenas nesta esquina agitada. O sinal de trânsito da vida inclui a luz azul para abrir a estrada cósmica, para expressar as cores da consciência ao resgatar a infância abandonada, para dialogar com a leveza da imaginação criativa. Lá onde os anjos sabem a ilusão das realidades criadas por nós.

CÓDIGO MORAL E EXPERIÊNCIAS

Quando nossas experiências de vida não refletem mais a nossa escala de valores, surgem sentimentos de culpa, remorso e vergonha que nos colocam no quadrado dolorido da inferioridade existencial. Se soubermos reajustar esta percepção, conseguiremos construir uma nova escala. Se não soubermos, repetiremos os erros e nos anestesiaremos com uma certa permissividade, uma coleção de desculpas, atraindo novos amigos que também cometam estes erros como forma de nos aliviarmos do peso das responsabilidades morais e, sem perceber, adicionaremos nossa presença ao grupo de pessoas que não merecem confiança. Daí surgiu o ditado “Diga-me com quem andas e eu te direi quem tu és”.

DEMOCRACIA DIGITAL

Vem aí a democracia digital. Existem propostas concretas, embora tímidas e iniciais, de mudar a maneira como o poder do povo é exercido dentro da antiga forma de representação. Políticos Digitais estariam em contato direto online, coletando opiniões diversas sobre os projetos a serem votados, levando ao Congresso a opinião pública a ser considerada. Existe um perigo real e enorme dentro desta proposta. Quem opina não tem cara nem identidade, abrindo espaço para manipulação de posicionamentos específicos de grupos, interessados apenas numa viés da situação. Basta ver como pipocam e abundam opiniões de quem não leu ou não entende nada do assunto na internet. Há o predomínio da ignorância sobre o conhecimento, do direito de falar o que quer sem pensar ou pesar as consequências, de ocultar falácias, mentiras e destruição de instituições generalizando o errado como certo. Devemos tomar cuidado com tudo o que não tem cara.

TÉCNICA PARA INSÔNIA

Contemplação pode ajudar na hora da insônia. Quando você está cansada e rolando na cama por não conseguir dormir, em vez de lutar contra os pensamentos pegue um objeto muito bonito ou um símbolo sagrado muito significativo e apenas olhe para ele com ternura, sem tecer comentários, sem a necessidade de interpretá-lo.

Isto é contemplação, a arte de estar com algo sem impor a nossa presença, a arte de descansar a mente e de mergulhar na beleza dos silêncios, a arte de aceitar que tudo existe e pulsa sem a nossa existência ou permissão.

ODORES DO CORPO

A pele do corpo humano funciona como um imenso pulmão, segundo a medicina. Surge agora uma nova versão, a de que ela também funciona como um imenso estômago, oferecendo indicações sobre algumas dificuldades do processo digestivo.

Quem come muito alho adquire mau hálito. Os Indianos exalam na pele a mistura de suor com seus temperos ou condimentos fortes como o curry por exemplo. Os poloneses exalam na pele os odores do repolho, elemento farto em sua culinária. O corpo humano retém poluentes do ar. Aquilo que o organismo não digere, trata logo de encontrar alguma forma de eliminação. O mais interessante, porém, é o fato de você não sentir os próprios odores na mesma intensidade que os outros sentem em você. Higiene pessoal ajuda bastante.

A FALTA

A sociedade moderna se move pela busca de poder e utiliza o símbolo do dinheiro como parâmetro de conquista e de realização. Este símbolo acaba se tornando uma falácia, já que se tornou a representação constante da falta. Se algo nos falta, lá vem o dinheiro para consegui-lo. Se algo nos interessa, lá vem o dinheiro para seduzir quem o tem. Como todas as coisas materiais têm data de vencimento, o dinheiro se encarrega de continuar representando o que acabou e o que virá a ter, portanto, a falta. No final da estória, até mesmo aqueles que conseguiram acumular muitos bens materiais, um dia se darão conta de que nunca conseguiram comprar a isenção de doenças, o patrimônio da felicidade e nada levarão consigo quando morrerem.

SOFÁ

Tem gente que se entrega ao tédio com total conformismo. Tem gente que escapa dele com uma boa dose de positivismo ou de criatividade. Outros preferem tocar um instrumento ou ouvir suas canções preferidas, aliás uma das melhores vacinas contra a mesmice.

O tédio nos oferece uma oportunidade de contemplar melhorias no espaço interior, seja sonhando acordado para visitar os desejos da alma, seja exercitando a lucidez para definir o que nos deixa contentes e sumiu de nossa vida sem dar aviso. O tédio tem uma cara de sofá velho...

UM CERTO SER

Conheço uma pessoa que irradia sabedoria, fala pouco e com muita assertividade, compartilha sempre um olhar positivo e esperançoso no futuro. Ainda não consegui ser assim. Conheço outra pessoa que vai progredindo passo a passo, sem fazer alarde e sem se arriscar, mas nunca para de crescer financeiramente como se a vida dela tivesse sido programada por um Deus financeiro. Ainda não consegui ter este Deus do meu lado. Conheço outra pessoa que irradia um espírito de aventura em tudo o que faz, encontrando tempo para lazer sem prejudicar o trabalho e cultivando adrenalina todos os finais de semana. Ainda não alcancei este estágio de desprendimento. Conheço outra pessoa que faz diferença na vida de tanta gente, mas ainda não fez a grande diferença no próprio destino. Este sou eu.

COLETIVO

Por mais que tenhamos uma identidade individual, somos todos seres coletivos. Representamos nossa família e ancestralidade em termos de presença na comunidade onde nascemos ou escolhemos viver. Representamos nossa religião na hora de assumirmos uma imagem comunitária de serviços para o bem comum. Representamos nossa profissão na hora de exercitarmos meios de sobrevivência e crescimento financeiro, mas ao mesmo tempo, obedecendo uma ética de comportamentos definidos por nosso conselho profissional. Representamos nosso país ao viajarmos e compartilharmos nossa cultura em choque com culturas diferentes da nossa. Representamos uma espécie na cadeira animal revelando a inteligência da natureza em evolução constante. O coletivo nos faz representar o tempo todo.

MINHA VERSÃO DE JUIZO FINAL

O Apocalipse bíblico pode ser traduzido como fases da existência, como etapas na vida de cada pessoa durante o seu desenvolvimento. O primeiro selo representa a conquista mundial do Ego humano, manifestados pela soberania das vontades individuais acima das responsabilidades pelo coletivo.O segundo selo seria a existência de conflitos desencadeados pelo atrito entre as diferenças estabelecidas pelo coletivo e nossa necessidade de encontrar nosso lugar no mundo. O terceiro selo nos leva a momentos de incompletude, de insuficiência do ser, tornando-nos seres definhados e famintos de amor. O quarto selo revela a morte da esperança, o desânimo no futuro e a descrença na vida eterna. O quinto selo representa as fantasias, os medos, as alucinações, a fuga da realidade cruel trocada por imagens psicodélicas de ilusão. O sexto selo marca a idade de perturbações mentais e espirituais do envelhecimento em nosso campo eletromagnético, sobrando apenas um número simbólico de 144 mil pessoas lúcidas no meio de bilhões de pessoas confusas e degeneradas. O sétimo e último selo representa a descoberta da diferença entre o bem e o mal em plena consciência de transmutação e a escolha final pelo bem se a pessoa teve algum juízo nesta vida.

APRENDIZ DE SÁBIO

Nunca espere pela permissão dos outros em tudo o que diz respeito a você. Seria como sair de si, abandonar-se, desrespeitar-se, ignorar-se. Seria como abrir mão de seu direito inalienável de escolher e assumir as consequências de sua escolha. Quando crianças vivemos assim, aguardando permissão para quase tudo, até que lembramos da autonomia que nos fez engatinhar por nós mesmos e arriscamos algumas atitudes. Aos poucos aprendemos as consequências e tomamos gosto pelos riscos que a vida nos apresenta em mil formas de perigo. Entre duas descobertas repousa a sede pela novidade, pela primeira vez, pelo poder do livre arbítrio. Um dia, cansados de arriscar e de escolher, sentamo-nos sobre a pedra da sabedoria e descobrimos que até mesmo o tal do livre arbítrio era uma casca de ilusão.

SER PAI É SER PONTE

Ser Pai é ser ponte entre o filho e o mundo, entre a emoção genealógica e a razão coletiva, entre o filho indefinido e a mãe que o aceitou. Ser pai é estabelecer vínculos, é interceder pela firmeza de ações, é criar laços fortes com a crença, é perpetuar experiências. A ponte existe para possibilitar conexões. O pai existe para atender aos pedidos de conexão familiar, por isso tem filho que pisa nos pais e tem pai que balança o caminho dos filhos. Para o pai é mais fácil o desapego, a separação, a constituição de uma nova ponte com outra pessoa, pois como tal ele parte em busca de sua função pois ele só se vê como ponte.

A partir do momento em que a conexão com filhos ou esposa é interrompida, ele procura a saída naturalmente, pois ao ser ponte o pai tende sempre a não olhar para si mesmo e a buscar a força e o poder da ação que o faça se sentir pai. O melhor pai do mundo é aquele que ensina o filho a sonhar equipando-o para manifestar seu sonho, só assim ele protege verdadeiramente a identidade dos filhos. O melhor pai do mundo é aquele que soube proteger mais a família do que o mundo. Ele sabe que o seu filho é como um vaso de porcelana, depois de quebrado e colado já não é inteiro como o desejou. Ele sabe que o filho não lhe pertence e trata de fortalecê-lo para as batalhas da sobrevivência, espalhando as sementes da preservação, atuando assim como um semeador. A terra que o recebe – os filhos – não compreendem a força com que ele os toca e remexe nas profundezas da raiz, a força com que os enxerta de responsabilidade e de propósitos corretos vivenciados, a força com que os larga ao relento das horas sob o relento do destino, esperando que eles se encontrem e cresçam por si mesmos.

O pai é ponte, é semeador, é espera de colheita abundante, por isso torna-se frágil diante do tempo e das intempéries que não estão ao seu alcance. Ser pai é ser ponte para que os pesos atravessem sobre si, para que o tempo caminhe sobre si, para que um dia possa ser esquecido na estrada do mundo sem prejudicar as conexões que os filhos aprenderam a fazer com o próprio mundo.

CABELO

Há o que aprendemos em casa, em termos de comportamento, e o conhecimento que aprendemos nas escolas como coleta de dados comparativos. Há um outro tipo de aprendizado mais perigoso que aprendemos nas ruas. A rua nos ensina o egoísmo como ferramenta de sobrevivência, um compêndio de leis da selva para perpetuar a lei do mais forte através das vantagens tomadas ou forçadas. A rua nos ensina primeiro tudo o que não devemos fazer, com uma aura atraente de adrenalina, e depois nos autoriza a fazê-lo. As ruas nos mostram o cabelo, as instituições o que escondemos debaixo deles.O que você aprendeu com as ruas?

NOVA VISÃO

Antigamente as ciências se contentavam com a lógica e obedeciam rigidamente o conceito de que toda verdade deve ser capaz de ser repetida em laboratório, ou seja, olhar para fora os aproximaria da verdade ao identificar fontes externas de conhecimento.

Hoje as ciências adquiriram tanto conhecimento contraditório que acabou acumulando perguntas e teve que trocar de conceitos. Ao admitir o conceito de que olhar para a fonte é mais importante do que olhar sempre para fora, os cientistas foram conduzidos a olhar para dentro e abraçar a metafísica, ou seja, o que vai além da física e chamamos de espiritualidade, a qual olha apenas para dentro. Desta união surgirá um novo tempo com uma nova pulsação reveladora da verdade.

NEUROCIÊNCIAS E O AMOR

Manes tem uma explicação neural sobre o amor que faz muito sentido. Segundo ele,” o amor é uma forma de ativação do sistema de recompensa do cérebro que causa motivação e prazer”. Somos todos movidos a reco-reco, ou seja, recompensa e reconhecimento em cada interação com outras pessoas, oscilando entre a busca de dor e de prazer. Buscamos a dor para conseguir atenção, para lamber nossa estima, para medir a temperatura de nossa importância na vida dos outros. Buscamos o prazer para nos sentir vivos, para atender aos impulsos biológicos, para dominar as relações de forma inconsciente. Quem mais apresentar este capital essencial terá mais chance de receber a nossa interpretação do que se chama amor e nossa total aprovação para uma possível dança nupcial.

CORAÇÃO CANTOR

Coração canta. Coração dança, até sem música. Coração é um aparelhinho colocado dentro da gente, programado para nos surpreender com raios de alegria e vozes de aspirações elevadas. Ele faz o próprio rítmo parecer raso ou profundo, dependendo da companhia. Ele admira fragrâncias pessoais e faz o corpo todo tremer como voos de borboletas diante da pessoa amada. Ele pega a lua com a mão e brinca de romances astrais por estradas encantadas. Coração não sabe o que faz, mas faz assim mesmo. Coração pensa que é música...e continua batendo suas cantigas para quem quiser ser livre em seu descompasso. Coração não tem tempo, tem momento. O tempo pertence aos sonhos que vagueiam longe de nossas partes derretidas na terra do era uma vez.

RESGATE PERFEITO

Sentir e não saber dar nome aos nossos sentimentos é como não saber o que está acontecendo dentro de nós, algo como querer saber e não conseguir acessar a lógica de si mesmo. Nestes momentos indefinidos ora choramos, ora nos desesperamos diante da falta de perspectiva. Ora nos sentimos incomodados e inadequados, ora nos sentimos desnecessários naquela paisagem humana. Ora nos entristecemos, ora desistimos de tudo para dar tempo de virar o nada pelo avesso. Sem manual de operação, sem GPS existencial e sem referências confiáveis, andamos feito zumbis no meio de tantos outros zumbis e lhes perguntamos onde é a saída. Dar nome aos sentimentos é o resgate.

EMINÊNCIA PARDA

Eminência parda é uma expressão secular utilizada para nomear aquele que não é nomeado e exerce poder de influência política sobre um governo ou uma instituição pública, debaixo dos panos, na calada da noite, em reuniões e telefonemas secretos. Nas empresas, a eminência parda funciona como elemento de pressão do funcionário mais velho que se sente ameaçado pelos novos contratados, mais competentes e atualizados do que ele. Na mídia, a eminência nem sempre parda exerce o poder de formação de opinião pública seguindo orientação editorial do proprietário com seus interesses financeiros e políticos. Nas famílias, tal eminência vem daqueles que se alinham de forma persuasiva com os pais e se movem como em cardumes de três. Na geopolítica mundial ela é exercida por grupos ocultos que detêm o poder econômico e entende de manipulação das massas. Em todos os setores da sociedade os influenciadores e estrategistas com maior visão panorâmica deixam as suas marcas sobre o gado humano.

ENTENDIMENTO

Em algumas situações difíceis a gente não faz progressos por não entender que o entendimento de algo externo depende antes do entendimento de nós mesmos, de nos conhecermos bem naquilo que nos incomoda e nos limita, naquilo que mascara nossos desejos inconscientes ou reprimidos. Quando a ficha cai, a situação indesejada desaparece e nos relaxa para novos desafios. É preciso mudar sempre o foco quando a solução não aparece na linha do horizonte. Do externo para o interno. Só isso.