O Brasil dos últimos anos pecou pelo
excesso de politização, provando que as diferenças, quando não compreendidas,
servem para alimentar comportamentos de ódio. Odiar é fazer a pessoa se sentir
menor. Indiferença é fazer a pessoa não ser vista nem ouvida. Tem gente odiando
sem saber que está espalhando ódio. Quando isso acontece é porque o emissor não
consegue se dissociar daquele que considera inimigo, revolvendo e projetando no
mundo as toxinas emocionais que abundam dentro de si. O coletivo brasileiro caiu
nesta armadilha. Esquerda e direita não passam uma hora do dia sem se atacarem.
Precisamos despolitizar os relacionamentos, a começar pela troca do ódio por
indiferença, que ainda é cruel, mas é ponte para silenciar guerras
difamatórias, e depois passar a ver os outros sem julgamento, apenas
compreendendo que cada indivíduo é único em sua expressão existencial e em seu nível
de consciência. Ver o outro além das aparências, além das falas, além das
escolhas pessoais, para depois perceber que nada está escrito sobre pedras em
termos de identidade. Tudo se transforma. Todos se transformam em algo
diferente.
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