A frase clichê “dinheiro
não compra felicidade”, partindo do princípio de que o dinheiro tudo poderia
ter por ser o rei dos reis, é quase sempre proferida por quem tem pouca grana, numa
forma discreta de autojustificativa. Se o dinheiro nos leva à muitas alegrias,
a muitos momentos inesquecíveis e prazerosos, ele ainda não aprendeu o que seja
a tal da felicidade, afinal a moeda material não alcança diretamente o mundo
abstrato do emocional. Os moralistas de plantão afirmam ser impossível ser
feliz diante de tanto sofrimento no mundo. Chamam a isso de empatia,
sensibilidade, visão compassiva, ainda que não movam um dedo para mudar as
situações de injustiça social, ainda que esqueçam seus próprios pais em asilos
e casas de repouso, enquanto jantam em restaurantes caros. Talvez tiveram um
passado infeliz e acreditam que a infelicidade durará até o fim de seus dias.
Por outro lado, há quem atribua a felicidade à obtenção do conhecimento,
seguindo ou vendendo fórmulas mirabolantes de prosperidade imediata para quem
se move pela ambição e pelas aparências, pregando em alta voz a abundância de
todos ao alcance das mãos.
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