segunda-feira, 22 de junho de 2020

A FORÇA


Aprendi que no ato da concepção cada pessoa recebe o Espírito Divino e uma jornada específica para viver. A partir dali cada um vai passar por isso, com amor ou com dor, vai assim mesmo pois tudo foi definido anteriormente num acordo de alma. Os indianos acreditam que tudo está certo como está. Os antigos diziam que Deus escreve certo por linhas tortas. Os Budistas acreditam que a felicidade acontece quando a gente aceita a realidade como ela é, pois pertence a uma ordem divina, muito maior do que nossos desejos de ajudar ou mudar alguém. Aliás, quando a gente sustenta silenciosamente esta energia de mudar-ajudar os outros, de mudar a jornada deles, a gente envia mais vibração de dor a eles por não aceita-los, nós fazemos mais mal do que bem, mesmo de forma inconsciente. Mudar não podemos, a gente só pode amar e amparar seus braços cansados da vida.
O alcoolismo é uma anestesia que pessoas procuram para abafar uma dor muito profunda, mal resolvida. Dores profundas são como a respiração, não podemos respirar pelos outros. Só eles podem decidir o que fazer com a jornada deles. Mas a gente se apresenta ao lado deles com amor e os aceita como são. Do contrário a gente é sugado pela nossa própria jornada, querendo algo deles para o nosso prazer de ajudar, usando os sentimentos negativos deles para justificar nosso controle e poder, tudo de forma super inconsciente. Por isso existem os codependentes de dependentes químicos, aqueles que se descuidam e sofrem junto a jornada dos outros e a própria. Amor incondicional é amar ao mesmo tempo em que deixamos o outro viver a jornada deles. No fundo, na verdade, quem ajuda é a força, quem cura é a força. Quem transforma é a força. Se tentarmos brincar de Deus, a gente se transforma em pura dor. 

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