Dentro de nós há várias
vozes. Tem a voz gritante da dor e do desespero. Tem a voz sonolenta da
consciência. Tem a voz confusa do entendimento. Tem a voz ruidosa do passado.
Tem a voz pirotécnica do futuro. Tem a voz companheira dos sussurros de
harmonia. Tem a voz do coração, pequena mas essencial. Tem a voz intrépida da
ignorância. Tem a voz azul das intenções amorosas. Tem a voz sábia do espírito.
Tem a voz acelerada da precipitação. Tem a voz rouca dos comportamentos
tolhidos e sublimados. Tem a voz que canta a vida, cantando emoções para
alguém. Tem a voz seca, quase muda, quase calada e assustada dos medos. Tem a
voz altiva da confiança em si mesmo. Tem
a voz nublada do inconsciente. Tem a voz melosa do desejo. Tem a voz perdida de
quem não tem voz, querendo se encontrar no caminho entre a garganta e a boca.
Tem a voz irresponsável dos julgamentos. Tem a voz que insiste e a voz que
desiste. Todas as vozes nos habitam. Até mesmo as que eu esqueci.
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