Toda a ciência mental passa de tempos em tempos por
reformulação para atender e incluir novos comportamentos ou ramificações de
seus diagnósticos. Embora eu não seja médico nem cientista, mas trabalhe na
área holística, a gente acaba expandindo os conhecimentos para setores
resistentes da ciência, tais como alma e espiritualidade. Hoje eu gostaria de
tratar de uma abordagem mais profunda sobre a espiritualidade nos distúrbios
mentais e o surgimento de uma destas ramificações.
Trata-se de um predomínio dos pensamentos recorrentes
de que a pessoa cometeu algum erro espiritual, envolveu-se demais, expandiu-se
demasiadamente, um sentimento de ter se descuidado nos contatos espirituais, um
conceito de pecado do exagero nos planos místicos, algo bem distinto do
fanatismo. A pessoa foca-se unicamente na força avassaladora dos pensamentos,
querendo controlar o que não pode nem deveria, sentindo-se prisioneira da
mente, visitando estados esquizofrênicos. Torna-se difícil receber ajuda
exatamente por não mais ouvir os outros. Falta-lhe chão. Ela se sente suja
interiormente e quer se lavar, se purificar, se limpar, para voltar a ser quem
era antes da experiência de entrega total, agora sem sucesso. Ela não se
aceita, não se desapega dos pensamentos ou práticas espirituais, não entende a
necessidade de mudar o foco para descansar mentalmente, não valida as
experiências obtidas e debruça-se sobre as cargas emocionais do passado de
forma incontrolável. Se for muito jovem ou adolescente, tende a ter crises
sociais ou a desistir da escola onde consumiu drogas alucinógenas. Há um
conteúdo sexual altamente reprimido, evitado por elas a qualquer custo. Há uma
resistência natural em aproximar-se da verdade quando vista como ameaça. Fisicamente, trata-se de desequilíbrio nos
três primeiros chakras inferiores, a níveis hormonais, projetando-se de forma
ascendente diretamente para o chakra da garganta que controla a expressão vocal
das emoções, levando-a a sentir-se distante do próprio coração ou a ter vômitos
para expurgar as toxinas espirituais. Quanto mais ela se isola, mais dá força
aos pensamentos. Quanto mais ela se envolve com atividades diárias e
profissionais, quanto mais cedo ela abandona provisoriamente as práticas
espirituais, quanto mais ela aprende a não dar importância aos próprios
pensamentos, mais rápido ela se socializa.