Todas as pessoas pedem, esperam ou exigem uma
confissão de alguém muito próximo delas. Pode ser de parceiros, de amigos, de
filhos, de testemunhas, de criminosos, de crentes, de políticos, etc. Todos
esperam receber nada mais do que a verdade que eles querem acreditar,
independentemente dos fatos.
Há uma sensação de espreita, um desejo de pegar o pulo
do gato, uma tendência ao flagrante que pulsa dentro da insegurança de cada um,
ou uma necessidade de confirmação das próprias alucinações. Se fosse mesmo
certeza não evoluiria para o confronto final, repousando na verdade, admitindo
que o leite já foi derramado, fazendo o mea culpa, agindo desta vez de forma
diferente, dando a volta por cima, confiando na justiça divina ou nos propósitos
celestiais.
Mas o que as pessoas querem é vistoriar objetos,
procurar por marcas no corpo ou cabelos no paletó, checar mensagens no celular,
acusar sem provas, julgar pela vingança, exercitar poder sobre elas, alimentar
o reino da desconfiança, ganhar mais atenção, se sentirem exclusivas, denunciar
em público para desfazer imagens, arrebanhar apoio, sem se darem conta de que
quando se pede pela verdade, a verdade pode não ser bem o que elas estavam
querendo.
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