Confesso que foi uma experiência nova
para as minhas percepções do Ser que sou. Hoje eu amei o meu ego. Não é preciso
matá-lo para expandir minha consciência. Da mesma forma que um animal luta para
sobreviver, pois possui ego, eu também fui dotado de uma fagulha intensa de
autopreservação. O ego não tem culpa se foi criado com esta função específica
de nos proteger, a qualquer custo, mesmo que ele tenha se extrapolado em suas
atividades. O papel do pulmão é respirar. A função da noite é descansar a
transição do tempo. O papel do mal é nos fazer sentir saudades de algo oposto.
O ego não tem culpa de nada. Ele cumpre muito bem o seu papel.
Hoje eu amei o meu ego e com este amor,
de característica libertadora, eu pude libertá-lo de minhas condenações
sumárias. Sendo o ego de característica curiosa, posso envolvê-lo na beleza do
serviço ao próximo rumo à unidade e deixá-lo pensar que foi ele que nos uniu.
Posso despertá-lo para as maravilhas da transformação divinal e incluí-lo
amorosamente neste processo unificador. O ego também merece o meu amor e o meu
perdão por tudo o que fez comigo, se eu quiser despertar minha consciência.
Se tratado com amor paternal ele nos
obedecerá e dormirá em nosso colo. Se tratado com amor maternal ele se
alimentará do silêncio que lhe oferecermos como refeição plena do dia. Se
tratado com amor fraternal, ele nos acompanhará nas brincadeiras de felicidade
suprema. Não se esqueça, porém, de uma regra muito importante. Ele só não pode
ser tratado como Rei, senão nos escravizará com o sofrimento e nos jogará na
toca dos leões imaginários.
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