Há quem aperfeiçoe a
mentira, dando-lhe pernas extras para continuar em ação, eliminando todas as
possibilidades reais de sair dela ou ignorando suas consequências. Há quem a
esconda por vergonha ou por orgulho, por medo ou por erro de cálculo e faz de
tudo para encerrar o assunto, ainda que de forma inacreditável. Há quem camufle
a mentira, escondendo sua maneira de agir, como se fosse sua melhor estratégia
de sobrevivência. Há mentiras provisórias e permanentes, de pernas curtas e de
olhos grandes. Há mentiras consequentes e inconsequentes. Há mentiras
socialmente aceitáveis e inaceitáveis. Há quem minta na literatura, no
jornalismo e nos serviços públicos. Há quem se apoie na autoridade e quem se
apoie na impunidade para mentir. Todas elas funcionam como teste do senso
crítico dos outros.
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