Todo trauma revela uma
estória que a própria estória do trauma esconde. Cada estória que criamos e
recontamos, para nós e para o mundo, se encerra em um invólucro de
significância, numa busca de importância onde o buscador quer se aproximar
forçosamente do seu modelo idealizado, como se quisesse dizer “eu sou igual à
você, eu estou no mesmo nível seu”. Vários traumas jamais sobreviveriam sem
esta estória, caindo no esquecimento. Vários traumas perderiam sua força com a
passagem do tempo, não fosse a reciclagem de memórias e pensamentos sobre
aquele episódio. Já os traumas que se repetem, estes sangram em carne viva.
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