Sem o conceito de pecado, toda esta interpretação
muda. Sob a evidência de acidentes, toda esta interpretação muda, pois
acidentes acontecem à margem das leis do universo, talvez prestando um serviço,
aos processos desconhecidos do mistério divino, na cadeia das reencarnações.
Vejamos o caso de um aborto intencional e programado. O fogo da morte, da
eliminação, da destruição, da química ao dissolver o feto, da substituição do
direito à vida por qualquer motivo menor, decreta o comando fatal de apagar
aquela fagulha divina. O fogo está presente. A água arrasta os restos, os
fragmentos, os vestígios humanos, para limpar o útero. A água está presente. Tudo
o que veio da terra, os minerais, a energia vital, o impulso do crescimento, a
arquitetura divina, foram retirados e devolvidos à terra, sem nenhuma chance da
vítima ser ouvida. A terra está presente. O útero agora está vazio, o ar está
presente.
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