Um dia a gente nasce, no
outro a gente morre. Na manhã a gente acorda de um sonho, à noite a gente
coloca o dia para dormir. Num dado tempo a gente é desejo, no outro se deseja
que o tempo pare ou corra. Há uma
pulsação constante em toda vida, pulsação de quereres, pulsação de mudanças
impossíveis e insatisfação com mudanças inevitáveis. Um dia a gente canta, no
outro a gente chora. Um dia a gente é muito, no outro a gente é nada. Sem
perceber e sem refletir, a gente deixa de ser o que pensava ter sido e passa a
ser o que não estava nos planos. Não existe controle sobre nada, apenas
movimento e interpretação dos movimentos. Nada é escrito sobre pedras, mas o
que é de pedra pode ser escrito e apagado na montanha. Um dia a gente espera,
no outro vai embora. Nas tardes tudo é lento de cansaço, mas a tarde nada tem a
ver com nossa energia. Nas madrugadas o perigo não dorme, as estrelas não
deixam. A vida é assim mesmo. Um dia a gente respira, no outro vira pó.
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