A função da cultura é tanto retirar o
indivíduo da realidade pesada, com fantasia e alegria, quanto devolver à ilusão
a realidade que lhe foi roubada. Sendo agente de equilíbrio das diferenças
entre dominador e dominado, ela torce e retorce a criatividade para permanecer
com a cabeça fora da água, haja o que houver de circunstância. O dominador sabe
deste valor e utiliza o entretenimento como arma de guerra nos momentos em que
não puder usar o fuzil dos medos. O dominado recorre ao humor e à ficção para
respirar esperança e reposicionar-se nos trilhos do destino novamente.
Fundamental em qualquer sociedade é a cultura que dela brota, a produção de conteúdo
que faz o individuo pensar a própria existência como um Ser livre em evolução.
Cultura que não inclui não é cultura, é descarrego das indiferenças que
intoxicam as relações humanas, gerando mais separação e toxinas sociais. O caldo
cultural de uma comunidade unida favorece os fluxos do progresso, ilumina os
palcos das interações saudáveis, aplaude a si mesma quando alimenta
articulações transformadoras. Haja o que houver de circunstância.
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