Se é para desistir de sonhar, que desista
primeiro da preguiça. Se é para resistir à realidade, que resista antes somente
ao que lhe desagrada. Se é para desistir da esperança, que desista primeiro
daquilo que lhe faz sofrer. O que antecede, não precisa ceder. Se é para
resistir ao diferente, que resista antes à discriminação. Se é para desistir da
amizade, que desista primeiro da solidão. Se é para resistir, desistir,
reclamar, criticar e abandonar, que seja rápido como um piscar de olhos,
silencioso como a estrela, porque a vida foi feita para a alegria prolongada,
para o amor multiplicado e para a consciência eterna. A vida não se esforça
para estar em seu corpo, e se quiser, a seu pedido, ela se ausenta
humildemente. Não precisa cultivar os finais, os adeuses, as despedidas nem
celebrar o que trabalha contra ela. Deixa-a fluir e florescer nos territórios
arados do coração amoroso, deixa a vida cumprir a missão dela com dignidade,
deixa ela preencher o seu tempo com o ar mais puro da gratidão. Sua respiração
sabe a hora exata de descansar.
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