PROCURO UM LUGAR ASSIM

A vida em plenitude é uma festa de quem nela chega. Portas do coração se abrem, janelas de sorrisos revelam a doçura da alma, palavras emolduradas enfeitam as paredes dos dias. Não tem ingresso nem porteiros. Chegou,  puxa a cadeira da solidariedade e faz de conta que todo dia é sexta-feira. Na festa que une diferentes propósitos, cada um se reflete na presença espontanea do outro. Nada de formalidade. Posturamento, nem pensar. Foram removidas as fronteiras imaginárias, foram retirados os pontos finais, cada um que compartilhe suas reticências mais belas. Joga fora os remédios e os diplomas. Joga fora a geometria dos medos e a numerologia dos zeros absolutos. Não tem que ter, apenas ser. Abraços sinceros não precisam de identidade nem de rótulos. A música vem das esferas mais recônditas possíveis. A arte é o oxigênio da sala. Dor aqui, só a de saber que não cabe o mundo inteiro. Não tem data para acabar. O mundo é um vão acima do chão.