ENTENDENDO 2020

Deslocamento. Esta foi minha previsão em Dezembro de 2019 para reger o ano de 2020. Apenas nos 3 primeiros meses assistimos a grandes enchentes em Minas e São Paulo, fugas de 1300 presos, saída do Príncipe Harry da família real para Canada e Califórnia, a primeira vitória da escola de samba Rosas de Ouro no carnaval paulistano, as queimadas da Austrália, a queda violenta das bolsas de valores, Ronaldinho preso por falsificar passaporte num país conhecido por produtos falsificados, a transferência das Olimpíadas para o próximo ano e o coronavírus se deslocando por todo o planeta. Imaginem o quanto de deslocamentos ainda está por vir nos próximos 9 meses.

A melhor maneira para navegar bem este ano é praticar estratégias e logística. Quem tiver as melhores estratégias sairá por cima e vitorioso, apresentando respostas mais inteligentes e realistas aos desafios contemporâneos. Há que se aprender a apresentar soluções mais sustentáveis, produtivas e preservacionistas.

ENTRE O DISCURSO E A COERÊNCIA

Entre o discurso e a coerência crescem arbustos de ignorância. Falar sem saber o que se entrega ou de como suas palavras chegam ao ouvinte, nada tem de sabedoria. A língua só quer saber de dançar e a boca só se importa com o som disfuncional dos lábios. Falam-se abobrinhas, divergem-se as vírgulas, constroem-se distâncias, tudo para que a pessoa se sinta notada. Repetem-se notícias, esquecem-se de quantas mil vezes deu asas àquela reclamação, ausentam-se soluções, tudo para que o discurso desabafe o incompreendido. O tempo de cada um é desrespeitado cada vez que o discurso resvala na ausência de si mesmo. A experiência vira ficção sem aviso prévio. Duas vidas matam porções de tempo, seguem incompletas seus descaminhos até o próximo encontro, sem se darem conta do desencontro recente. Entre encontros e despedidas, crescem ramas no rosto de quem vê a vida como uma contação de estorinhas.

NOBRE ALIMENTO

Todos os dias fatiamos a realidade e os legumes, fragmentamos os eventos e o peito de frango, abrimos fissuras na alma e na casca do ovo. Todo momento nasce inteiro até que o deixemos com fratura exposta.  Nossa eterna mania de fazer perguntas e abrir as portas da razão, para que a luz entre, se parece com a preparação dos alimentos. Lavando, descascando, eliminando partes indesejadas, picando, temperando, cozinhando a fogo brando, provando, correndo diante da pressa da fome, inalando essências, a gente abraça a transformação como um exercício artístico para agradar a quem estiver por perto, mas a quem mais interessa a mudança, nós mesmos, menos se usufrui dos pratos preparados. Ficamos com as louças sujas, o cansaço de ter que agradar a todos sem ser reconhecidos, as críticas de nossas imperfeições ou até mesmo a ingratidão dos visitantes de nosso destino. Se não fragmentássemos tanto a realidade, permaneceríamos mais inteiros e alimentados.

NEM AUTORITÁRIO NEM INFANTIL

O silêncio é o útero do barulho. Sem ele não haveriam as palavras ou o que se fez delas. Quando olhos se entrecruzam no espaço, lá vem o silêncio abrir as pernas para a geração de pensamentos e para o nascimento da comunicação. Ele não exige respeito nem faz manhas para ser visto, não dá significado ao que confrontamos na sala da dúvida, não cospe fogo nem geme. Ele deixa o tempo existir nas malhas dos sentidos. Nem cientistas nem religiosos sabem como ele foi silenciado de vez, muito menos o que ele fazia ou por onde vagava antes disso. Não se tem notícias de quando ele foi visto pela primeira vez. Só sei que o silêncio me persegue inocentemente e nunca desiste de mim. No barulho dos ermos ou na calada das noites.

UM MOMENTO COM OS GURUS

Os gurus indianos sempre afirmam que todo entendimento é um desentendimento, nada é descrito em sua completude, cinco ou mais sentidos atuam isolada ou conjuntamente, os recortes culturais influenciam na leitura de um evento, infinitos fatores e vetores se entrecruzam silenciosamente, as condições mentais ou emocionais recortam ângulos específicos mas nunca o todo, os olhos físicos são muito ínfimos para ver o macrocosmo em sua imensidão, as percepções são raios de sol e não o sol em sua inteireza, a totalidade expande qualquer vocábulo, a memória se apaga para que a consciência desperte, o corpo humano é como um copo de oceano, a ilusão tem seus véus de confusão, dar significado significa interpretar externamente o indecifrável, uma garrafa com rótulo e vazia já perdeu sua experiência, o tudo para ser tudo precisa incluir o nada, portais não possuem chaves, a multidimensionalidade não precisa ser vista para existir, o que é já não o é mais. Ah! como eles são sábios. Todo entendimento é mesmo um desentendimento.

COMO DESPERTAR

Quanto mais a gente desperta a consciência, mais interrompemos a realidade, mesmo que em busca da verdade. A gente interrompe os devaneios, os planos, a necessidade de falar aos quatro cantos, a gente interrompe o significado dos eventos e se permite respirar com mais calma, a gente interrompe os questionamentos que nunca nos levaram a nenhum lugar. Há sempre uma experiência silenciosa de interrupção quando tocamos o território fictício do vazio. Há sempre um espaço que não precisa ser preenchido, por se saber um caminho sem volta e sem dúvidas, onde nos percebemos em branco. Despertar é mais ou menos olhar para este artigo e ler os espaços vazios onde as palavras foram depositadas e nesta interrupção procurar por mais espaços em branco dentro de nós.

AUTOAJUDA

Autoajuda é um processo mal compreendido por muitas pessoas institucionalizadas. Por tratar-se de autocuidado, autoestima, autoimagem, responsabilidade pelo próprio destino a partir de escolhas mais conscientes, auto cura, conexão e expansão de consciência, os religiosos e certos profissionais da área de saúde a criticam sem pudor. É justamente este processo de olhar para si com os próprios olhos, sem influências ou manipulação de outros, que incomoda as instituições mais inseguras, temerosas de perder mercado e espaço para outras abordagens. A autoajuda é o início de desenvolvimento do amor próprio, passando por novas percepções de si mesmo, empoderando-se com forças existentes mas questionadas pela ciência, evoluindo em consciência sistêmica e quântica, alcançando novas experiências de amor fraterno, até entrar no reino da unidade com todas as coisas. Quem critica autoajuda não entende nada do que está criticando.

ESCOLHAS EM LIBERDADE

Escolher sem liberdade causa infelicidade. Quando as instituições familiares, governamentais, escolares ou religiosas nos deixam pouco espaço para escolha, oferecendo-nos uma pequena lista de como devemos nos comportar, se concordarmos com eles estaremos eliminando outras possíveis escolhas que seriam mais adequadas a quem autenticamente somos. É assim que somos condicionados a aceitar algo que viola nossa liberdade. Cientes desta dinâmica indesejada, surge em nós uma força de resistência e uma necessidade de controlar até mesmo aquilo que está fora de nosso alcance. Somos divididos entre conformistas e desajustados. Os dois grupos sustentam um movimento de fricção na sociedade que a mantem viva e pulsante, portanto os dois grupos tem sua função definida e necessária para impulsionar atitudes, iniciativas e rumos. Quem amplifica suas opções de escolhas vive mais feliz.

PROCURO UM LUGAR ASSIM

A vida em plenitude é uma festa de quem nela chega. Portas do coração se abrem, janelas de sorrisos revelam a doçura da alma, palavras emolduradas enfeitam as paredes dos dias. Não tem ingresso nem porteiros. Chegou,  puxa a cadeira da solidariedade e faz de conta que todo dia é sexta-feira. Na festa que une diferentes propósitos, cada um se reflete na presença espontanea do outro. Nada de formalidade. Posturamento, nem pensar. Foram removidas as fronteiras imaginárias, foram retirados os pontos finais, cada um que compartilhe suas reticências mais belas. Joga fora os remédios e os diplomas. Joga fora a geometria dos medos e a numerologia dos zeros absolutos. Não tem que ter, apenas ser. Abraços sinceros não precisam de identidade nem de rótulos. A música vem das esferas mais recônditas possíveis. A arte é o oxigênio da sala. Dor aqui, só a de saber que não cabe o mundo inteiro. Não tem data para acabar. O mundo é um vão acima do chão.

MAIS CONSIDERAÇÃO

Observe suas relaçoes mais próximas. Identifique as áreas de indisposição, intolerância, impaciência, preguiça ou indiferença. Dê a si mesmo um tempo para abrir espaço à novas experiências e encontre a melhor maneira de se relacionar sem ter que atacar ou se defender com frequência. Afaste-se de ideias tóxicas e ofereça mais consideração `a pessoa que o destino colocou ao seu lado, sabendo que você é merecedor de tesouros a serem descobertos naquela companhia. Toda pessoa é uma caixinha de surpresas, um baú de beleza interior, um fio de inocência pedindo atenção ou socorro, uma onda de dedicação sem levar em conta o egoismo com que é retribuida.  Toda pessoa é uma página branca para o exercício do amor, uma lembrança material do Criador. Se você é a caneta, então que suas tintas se recusem a borrar a paisagem de seu lar.

ESTRUTURA E ESTRATÉGIA

Tudo está ficando velho demais, mas a gente insiste em se renovar, se recriar, se reformar, a gente não desiste de receber o sopro da vida venha de onde vier. Vamos nos propor a assumir uma nova identidade a partir de agora, com novos propósitos, novas atitudes, novas amizades. Toda a energia atual nos convida a dar forma aos desejos do coração. Vamos nos surpreender com esta nova identidade, sem tanto caos e jogando fora tudo o que não nos serve mais. Vamos fazer acontecer, vamos implementar nossas arquiteturas, vamos dar cara à nossa visão, pois todo sonho implora para se tornar realidade. Vamos assumir uma nova identidade onde o fator tempo desapareça e tudo se resolva com a energia de nossa iniciativa. A velha identidade, tal como roupa velha demais, já cumpriu o seu papel e cedeu lugar a uma nova estrutura recheada de estratégias turbinadas.

TEMPO DE APRENDER MAIS E MAIS

Você pode aprender qualquer coisa nesta vida se tiver mente aberta, força de vontade para aprender, respeito pelas máquinas, persistência e resiliência, iniciativa para praticar, espírito crítico, alguma confiança em si e capacidade de buscar várias perspectivas ao solucionar um determinado desafio. Sua capacidade de perguntar e sua humildade em admitir que ainda não sabe tudo a respeito ajuda a transformar seus instrutores em grupo de apoio constante. Não existem perguntas estúpidas para quem sabe ensinar, existem limitações por falta de conhecimento e cabe ao bom instrutor esclarecer com respostas simples. Sorte nossa vivermos hoje num mundo de tecnologia acessível, onde podemos aprender até mesmo à distância, gratuitamente, no conforto de casa, de acordo com nossa disponibilidade de tempo, participando de forums, tutoriais e salas de bate-papo. Não existe mais desculpa nenhuma para não nos aperfeiçoarmos hoje em dia.

TODO PODER EMANA DO POVO

Todas as classes sociais tem a sua fatia de poder na construção de uma Nação. O poder da classe pobre consiste em despertar solidariedade e outros valores, convidar indivíduos a se interiorizarem e não dependerem tanto do consumismo, mostrar a força da simplicidade, trabalharem por salários menores para que pequenos comerciantes possam gerar empregos em suas comunidades, potencializar o micro mercado, enfim, atuarem no campo celular da sociedade. A classe média tem o poder de ser o fiel da balança nos momentos históricos mais divergentes, o poder de robustecer o consumismo que gera riquezas, a força de transferir conhecimento e capital humano às estruturas de poder e de se tornar símbolo de esperança para todos, enfim, atuar como órgãos de um imenso corpo. A classe alta ou rica tem o poder de estruturar a sociedade, estabelecer suas normas para manutenção e desenvolvimento das riquezas, produzir bens e serviços em grande escala e propagar nossa vocação internacionalmente. Mas é a cultura produzida localmente que une as diversas classes ou tecido social para firmar nossa identidade como Nação e pensar nosso futuro.

O CAMPO DAS PALAVRAS

Crescer em consciência é adaptar-se a novos niveis de experiência. Só evoluimos aprendendo a experienciar novas realidades e adicionando a elas novos filtros de percepção. Se nada muda no olhar, tudo permanece o mesmo por dentro, então a renovação do entendimento se dá apenas pelo abandono de posturas rígidas de opinião. Ao trocarmos de opinião sem apego ao posicionamento, deixamos de estacionar na ignorância e fluimos com o rio caudaloso de ideias renovadoras. Ao incorporarmos o desapego às ideias e ideologias, nós nos libertamos de várias correntes de pensamento e exercitamos o crescimento natural. Ter opinião rígida é dar raizes de árvore a um bloco de ideias, enquanto os pensamentos se soltam e voam com os ventos da mudança. Ninguém é dono de nenhuma opinião. Ninguém é servo eterno da dúvida ou da articulação de palavras. A força das palavras existe exatamente na sua liberdade de trocar-se por outras ideias.

VERDADE E SENTIMENTOS

A verdade não é um conceito. Ela é um sentimento, uma sensação que entra dentro do Ser, passa feito brisa, dá um conforto e um alento de que estamos diante de algo que merece atenção e respeito. Logo em seguida, aquela sensação nos oferece sincronicidades de outros ambientes, valendo como reforço do que recebemos. Cada informação de reforço nos convida à companhia do discernimento. A verdade não é uma certeza cognitiva, não é um texto para ser compartilhado. A verdade é uma força interna sem resistência, é mais percepção do que razão. A gente sente a verdade nos olhos e na voz das pessoas, da mesma maneira que algo em nós nos avisa também quando mentimos. Se não for consistente, não é verdade, não merece confiança nem nosso tempo e se começa em nós não inspirará confiança nos outros. A verdade é uma frequência e nosso termômetro para ela chama-se intuição. Saiba mais como viver sob os benefícios da sincronicidade e do discernimento no TREINAMENTO BIOPLENITUDE dias 13-14-15 de Março em Ribeirão Preto-SP.