O silêncio da distância
é um monstro com asas de seda e coração gelado. Ele tem chifres cortantes e
perfurantes que arrancam vísceras em poucos atos. O silêncio não tem memória
das coisas boas, mas repousa na cama das reminiscências maldosas e sonha com vômitos
injustos de teimosia recalcitrante. Ele é uma espada de covardia ou
indiferença, tanto faz, desde que corte. Ele é um barranco pronto para empurrar
alguém no abismo da preocupação. O silêncio da distância voa em céu nublado e
em noites chuvosas do Ser. Ele não se dá conta do rastro que o tempo deixa, ou
das dores que o vazio grita já sem voz. O silêncio da distância é o manifesto
do não sentir. Ele é um silenciador de alegrias.
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