A chuva pegou carona com o vento e fez a curva nas
curvas mais distantes. Foi-se com o tempo, foi-se com as escórias que o tempo
carrega sem avisar. A chuva deixou um rastro de pó com que se escrevem as
agonias dos passarinhos. Ela se desmanchou e não teve coragem de reunir suas
gotas novamente. Chuva volta se Deus quiser.
O amor pegou carona com a aventura e mudou de endereço
sem avisar. Foi-se com as cores berrantes e os sons envolventes, foi-se com as
estrelas sem nomes brilhar no riso de outros céus. O amor deixou um rastro de
angústia e saudades e não viu o sertão que gerou em algum coração vazio. Ele se
esqueceu de conjugar o amanhecer com lençóis inquietos. Amor volta se Deus
quiser.
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