sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

SÓ QUANDO DEUS QUISER (1)


A chuva pegou carona com o vento e fez a curva nas curvas mais distantes. Foi-se com o tempo, foi-se com as escórias que o tempo carrega sem avisar. A chuva deixou um rastro de pó com que se escrevem as agonias dos passarinhos. Ela se desmanchou e não teve coragem de reunir suas gotas novamente. Chuva volta se Deus quiser.


O amor pegou carona com a aventura e mudou de endereço sem avisar. Foi-se com as cores berrantes e os sons envolventes, foi-se com as estrelas sem nomes brilhar no riso de outros céus. O amor deixou um rastro de angústia e saudades e não viu o sertão que gerou em algum coração vazio. Ele se esqueceu de conjugar o amanhecer com lençóis inquietos. Amor volta se Deus quiser.

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