Tudo o que eu vivi passou a ser uma experiência, mesmo
que eu o traduza como sendo algo meu. Aqueles momentos passaram a ser guardados
ou resguardados dentro de meu ser e nos compartimentos de minha memória.
Somente as pessoas envolvidas naquele conjunto de experiências e de memórias
não são minhas. Foram instrumentos de minha alegria ou tristeza, peças
fundamentais de uma nova crença absorvida por mim. A troca foi um véu de ilusão
que se delineou na paisagem do tempo, mas que já perdeu qualquer substância. Se
eu desaparecer, elas desaparecerão comigo. O amor, o prazer, a dor, a perda, o
místico, tudo não passou de percepção tênue de uma construção finita. Tudo é
brisa que não se mede. Tudo foi música sem partitura. Tudo foi um piscar dos olhos
cósmicos. Menor que o nada.
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