O homem que violenta,
trucida, degola, perdeu a capacidade de chorar, não perdeu a capacidade de amar
nem os valores de uma convivência pacífica, foi a capacidade de chorar mesmo. O
homem conheceu o choro como uma porta de salvação e cada um a regulou como se
controla a água de um rio nas represas. Este acúmulo o mortifica lentamente, o
desumaniza gota a gota. Tornando-se um amontoado de fragmentos desconectados
ele se laça numa vida de gravetos, de ciscos, de lixos e decomposição
acelerada. A humanidade precisa voltar a chorar, reaprender a chorar sem ranger
os dentes diante de uma hecatombe maior. É assim que se mata uma humanidade,
amputando em cada pessoa a capacidade de chorar.
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