Somos todos criaturas do avesso. As imagens que nos
chegam ao nervo ótico chegam de cabeça para baixo. Revelamos fotografias pelo
método químico a partir do negativo. A gente sabe mais o que não quer do que o
que queremos. As experiências que vivemos nos chegam de forma invertida, uma
vez que precisamos ver o negativo primeiro para nos lembrarmos de que queremos
o oposto a que chamamos positivo. A gente escolhe primeiro o descontentamento
para depois investirmos na busca da felicidade. A gente escolhe o peso das
responsabilidades primeiro para depois buscarmos o prazer de servir e ajudar. A
gente escreve e lê o livro de nossa existência de trás para frente como fazem
os árabes. A gente anda começando a vida pelo fim.
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