domingo, 6 de setembro de 2020

QUE COISA!!!

 

Parece que tudo se deu mais ou menos assim. O Criador dividiu todo o seu poder inerente em diversas forças, as quais foram diferenciadas em diversos princípios, os quais foram subdivididos em diversas leis universais e naturais, as quais seguiram ciclos e estações. Como tudo estava harmonizado, faltava o Homem para chegar e estragar tudo em nome da própria vontade, chegar e morder a maçã do conhecimento e se perder no chão, nomear o inominável, limitar o ilimitado, matar o milagre e negar o mistério. Começava assim uma jornada ilusória, uma viagem pelos confins da dúvida, uma brincadeira no parque das dualidades, um achismo sem pé e sem cabeça que lhe servisse de distração durante a caminhada na linha do tempo. Quando o Criador percebeu o acontecido cósmico, chorou, chorou, chorou de tanto amor, mas mesmo assim preparou uma punição exemplar para a Humanidade. Cedeu-lhes um naco de imortalidade, daquela que só se alcança na eternidade e só se delicia na mesa do infinito. Uma eternidade inteira para lembrar de seu legado terreno até não suportar mais.


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